terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Real dá aval a Jorge Mendes para negociar Cristiano Ronaldo, diz jornal português

Segundo "Record", empresário recebeu autorização do presidente Florentino Pérez em pessoa. "El Mundo" diz que craque pede o mesmo salário de Messi para renovar seu contrato
Diante da insatisfação de Cristiano Ronaldo, o Real Madrid deu a Jorge Mendes, empresário do jogador, o aval para abrir conversas e negociá-lo na próxima janela de transferências. As informações são do jornal português "Record".
De acordo com a notícia, a autorização teria sido concedida por Florentino Pérez em pessoa. O presidente do Real, no entanto, não estipulou um valor pelo qual liberaria o melhor jogador do mundo.
As especulações de que Cristiano Ronaldo poderia deixar o Real Madrid depois de nove anos voltou a ganhar força nos últimos dias. O jornal madrilenho "As" enumerou os motivos da insatisfação do craque no clube merengue e revelou o plano de um retorno ao Manchester United. E uma rádio de Madri disse que Florentino Pérez poderia, inclusive, incluí-lo numa troca com o Paris Saint-Germain por Neymar.
Craque quer o mesmo salário de Messi
O que mais incomoda Cristiano Ronaldo é o fato de seu contrato (a que vai até 2021) ainda não ter sido renovado, concordam os principais veículos da imprensa espanhola. O "El Mundo" diz que o jogador enxerga como uma falta de respeito receber "apenas" €21 milhões fixos por ano enquanto Messi, no Barcelona, tem salário que ultrapassa os €40 milhões anuais. Para estender seu vínculo, o gajo pede, no mínimo, uma equiparação com os vencimentos do argentino.
- Sempre me dizem "amanhã, amanhã, amanhã". Não é uma questão de dinheiro, e sim de status - teria dito CR7 a pessoas mais próximas.
Esta é a íntegra de uma reportagem publicada no GloboEsporte.com em 16 de janeiro de 2018.
O que me levou a querer opinar sobre essa reportagem aparentemente desinteressante? A afirmação contida em sua frase final. "Não é uma questão de dinheiro, e sim de status" - teria dito CR7 a pessoas mais próximas. Afirmação que me fez lembrar uma argumentação contida em um episódio de Breaking Bad, a série que conta a história de um professor de química derrotado pela vida ao experimentar uma existência miserável na cidadezinha de Albuquerque, Novo México.
"Você acha que entrei nesse mundo pelo dinheiro?", argumenta Walter White (personagem principal) quando sua esposa lhe pergunta se ele já não tem dinheiro suficiente para voltar a ter uma vida normal e deixar de ser um criminoso. "Não, eu não entrei nesse mundo pelo dinheiro. Ele significa pouco para mim. Eu entrei pelo poder (for the empire, no original).".
"Não é uma questão de dinheiro, e sim de status", teria dito Cristiano Ronaldo. "Não, eu não entrei nesse mundo pelo dinheiro. Ele significa pouco para mim. Eu entrei pelo poder.", disse Walter White.
Sem querer fazer qualquer comparação do caráter do personagem dos gramados com o do personagem das telas, será que, em última análise, os que os dois dizem expressam a mesma coisa: o fascínio pelo poder? Será que tal fascínio é o principal fator por trás (ou seria à frente?) das ações da imensa maioria dos integrantes da autodenominada espécie inteligente do universo? Será que é esse fascínio que provoca as deploráveis ações da quase totalidade da classe política pelo mundo afora? E das ações da imensa quantidade de grupos cuja principal ocupação é o cometimento de atrocidades?
O parágrafo abaixo apresenta um relato do delegado Orlando Zaccone feito em um documentário intitulado Armados, apresentado pela TV Futura, e que pode ser visto no endereço https://www.youtube.com/watch?v=quCWB_O4KZI.
"Quando eu era delegado, aqui na Tijuca, eu cansei de ver grupos que iam pra pista roubar carro com fuzil, com armamento pesado, armamento de guerra. Roubavam carro, uma pick up, iam pro baile funk, era até no Salgueiro na época, ficavam no baile com o carro, desciam com o carro e largavam o carro na pista. Ou seja, eles não queriam nem o valor econômico do veículo, o que eles queriam era o valor simbólico."
Fascínio pelo poder! "Poder! Uma palavra tão mágica que está dentro das piores conclusões humanas", diz Marcelo Yuka no documentário supracitado. Fascínio pelo poder! Uma coisa tão nociva que mesmo quando não está causando algum mal a outrem está causando a si próprio, digo eu nesta postagem, ao interpretar a insatisfação do "melhor jogador do mundo". "Melhor jogador do mundo"! Melhor jogador do mundo em um esporte, ou melhor, em um "negócio", onde o êxito depende de onze jogadores. Será que isso faz sentido? Bem, deixemos isso prá lá. Afinal a provocação para a postagem foi "apenas" o fascínio pelo poder.

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